Política

O que Santa Maria espera dos governos Dilma e Sartori

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Quando os novos governantes assumirem os seus cargos, em cerimônias que começam simultaneamente às 15h desta quinta-feira, o país dará continuidade ao quarto mandato consecutivo do PT de Dilma Rousseff e o Estado apostará suas fichas em um novo nome do PMDB, José Ivo Sartori. O cenário nacional está abalado por escândalos de corrupção e pela economia estagnada.

Em solo gaúcho, aflora a crise financeira. Mesmo diante de incertezas, o desenvolvimento da região e de Santa Maria dependem dos canetaços vindos do Piratini e do Planalto. O "Diário" conversou com lideranças de diferentes setores que renovam as esperanças em ver projetos e obras terminarem ou saírem do papel.

Entre todas as vozes, o temor é que o arrocho econômico afete algum grande investimento em andamento em Santa Maria. Entre eles, a obra de R$ 300 milhões da travessia urbana, com a duplicação de 14,5 quilômetros das BRs 287 e 158, entre os trevos do Castelinho e a Ulbra. O trabalho começou há poucos dias.

Outra preocupação envolve o hospital regional, previsto para abrir parcialmente em março, que necessita de recursos anuais estimados em R$ 36 milhões da União e Estado. Apoiadores de Sartori afirmam que ele não deve interferir na gestão do regional, que ficará a cargo da Ebserh.

Reconhecidamente um polo educacional, lideranças de Santa Maria acreditam que a União seguirá priorizando o setor, mantendo recursos para a finalização de obras importantes dentro da UFSM, como a do Centro de Eventos. Porém, o reitor Paulo Burmann é cauteloso quanto ao aumento do número de vagas em cursos, como o de Medicina, o que só poderia virar realidade mediante a contratação de mais pessoal.

Num horizonte de desenvolvimento, a expectativa da prefeitura é por mais agilidade nas obras da Corsan na cidade, como a do esgoto de Camobi, que começou há quase um ano, e por execução do projeto de R$ 120 milhões para fazer a rede em 11 bairros e vilas da cidade. Na infraestrutura, fica a espera pela conclusão da quase lendária duplicação da Faixa Velha (ERS-509), que começou em 2013, já sofreu alguns baques e tem previsão de ser terminada em 2016. Os anseios da região também envolvem obras de saneamento e ligação asfáltica em quase todos os municípios, como Quevedos e São Martinho da Serra. 

Um futuro ainda melhor

Na projeção de dias melhores para a cidade e região, surgem projetos como a rodovia Santa Maria-Santo Ângelo (BR-392). A nova obra viária prevê um investimento bilionário: são R$ 1,3 bilhão em uma estrada de 235 quilômetros que pretende criar um novo corredor de escoamento da Zona da Produção para o Porto de Rio Grande. A obra foi anunciada pelo governo federal para começar ainda em 2015. Santa Maria também espera os projetos do ônibus rápido (BRT) e do trem turístico serem colocados em prática nos próximos meses.

Além de falar, Sartori terá de agir

Assim como venceu a eleição apostando na tática de não responder com clareza sobre os assuntos com os quais era confrontado, ainda é uma incógnita entender o que pensa o próximo governador, José Ivo Sartori (PMDB). Com discurso vago e de pouca objetividade, o peemedebista terá que desfazer, na prática, essa primeira impressão. Mas logo ali depois da posse, que ocorre na quinta-feira, os problemas já começam. O déficit histórico nas contas do Estado, que pode chegar a R$ 5 bilhões em 2015, será o principal inimigo do chefe do Executivo. Cortar gastos será o principal desafio de seu governo.

Apesar de algumas medidas que sinalizam austeridade, como a redução de 27 para 19 no número de secretarias, Sartori terá de lidar com um presente de grego deixado pela Assembleia Legislativa. Em quatro dias, o parlamento gaúcho aprovou um pacote de reajustes salariais (que inclui governador, secretários e deputados, além de membros do Judiciário) que irá gerar um impacto nos cofres públicos de pelo menos R$ 92,8 milhões em 2015.

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